CONTRIBUIÇÕES DO STAND POINT INTERSECCIONAL PARA O SERVIÇO SOCIAL
DOI:
https://doi.org/10.56083/RCV3N11-019Keywords:
Serviço Social, Intersecionalidade, MarxismoAbstract
A partir da década de 1970 e 80, tendo em vista a acumulação teórica operada pelo Serviço Social é notável a incorporação de matrizes teóricas e metodológicas compatíveis com a ruptura com o conservadorismo profissional, destacadamente as inspiradas na tradição marxista. Isso significa dizer que, tanto no plano da produção do conhecimento estala-se um pluralismo que permitiu ao Serviço Social construir novo arcabouço teórico-metodológico comprometido com a luta da classe trabalhadora, em defesa da emancipação humana, com a liberdade como valor ético central, posicionamento em favor da equidade e justiça social, entre outros princípios[1] norteadores da profissão. Neste ensejo, propomos neste artigo um diálogo entre marxismo e teoria feminista negra como forma de enriquecer o debate do Serviço Social acerca das complexificações das manifestações das desigualdades a partir do recorte interseccional que visualiza as categorias estruturais de desigualdades de classe, raça e gênero em movimento contínuo nos processos de produção e reprodução da vida.
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